Porque fazer dieta poderá não ser a solução para ti

Beleza Interior, Saúde

A palavra “dieta” é das poucas palavras que me provoca uma certa comichão. Não gosto como soa e muito menos da conotação que comummente traz consigo. Confesso que nunca fiz uma “dieta”, não pretendo alguma vez vir a fazer e sou da opinião que este mundo seria um lugar muito mais pacífico se as ditas cujas não existissem, nem sequer no vocabulário.

Apesar de variadas estatísticas afirmarem que cerca de 90% das dietas não apresentam resultados sustentáveis a longo prazo, ainda assim, as dietas, principalmente as de emagrecimento, parecem ter virado a moda do século. É rara a mulher que não se encontre a fazer dieta, ou a ponderar fazer, nem que seja pelo facto de que, lá está, (quase) todas as mulheres o fazem.

Existem vários motivos que levam as pessoas a fazerem dieta, sendo que os mais comuns se baseiam ou no peso ou em questões de saúde. Deixando por agora o tema da saúde de parte – que, já agora, também tem bastante que se lhe diga – vamos focar-nos na motivação #1 que leva a maioria das mulheres a querer fazer uma dieta: a perda de peso.

Porque achas que precisas perder peso? 

Muitas mulheres decidem fazer uma dieta de emagrecimento, olha, porque sim. Não refletem muito sobre o assunto e muito menos consultam a sabedoria e inteligência do corpo; simplesmente fazem. Submetem o seu organismo a regimes, que muito frequentemente implicam privação, apenas porque se deixam levar e influenciar por um dos estados emocionais mais comuns da nossa sociedade – queres tentar adivinhar qual é?

As dietas de emagrecimento assemelham-se a um vírus, daqueles horríveis e cheios de patas, que se contraem com um simples espirro. Basta folhear as revista das celebridades, ligar a televisão ou navegar em qualquer rede social para, “atchim”, apanhar-se o vírus das dietas. Só que este vírus, chato e insuportável, é como os outros vírus que por aí andam, eles só se contraem se o sistema imunitário não estiver suficientemente forte.

E aqui chegamos à origem de uma das razões que levam as mulheres a fazerem dieta.

A origem desta motivação encontra-se na insegurança que pode existir dentro de ti.

Se a tua “imunidade emocional” se encontrar mais frágil, existe uma maior probabilidade de vires a contrair os “vírus emocionais” que por aí andam. Facilmente…

… te deixas contagiar pela insegurança que surge quando inocentemente comparas o teu corpo com o de outras mulheres.

… acreditas na ideia, tão falsa, de que é uma dieta que vai aliviar a sensação de insatisfação ou insegurança que possas sentir.

… submetes o teu corpo, que tanto se esforça por te dar vida, a regimes e privações.

… te sentes miserável por não teres o corpo que a tua mente/ego idealizou.

E então vais atrás das dietas. E fá-lo porque algo em ti acredita que se o teu corpo for tamanho 34, em vez de 38, tu vais ser mais feliz.

E então não vai resultar.

O teu corpo até pode vir a caber num tamanho 34, mas a sensação de insegurança não irá desaparecer. Até poderá ficar escondida durante uns primeiros tempos, mas não irá verdadeiramente embora. E isso acontece simplesmente porque em vez deste “vírus emocional” da insegurança ter sido aniquilado, ele foi alimentado.

A preocupação, que antes era a de atingir o tamanho 34, agora é a de mantê-lo, porque caso volte ao 38, tudo está perdido. A vida começa a girar à volta de um tamanho de roupa ou de um número numa balança e todos os dias se tornam numa luta, ora para consegui-lo, ora para mantê-lo. Mas que raio de vida, não?

Tu tens sempre a liberdade de não acreditar nas histórias que as tuas inseguranças e medos te contam.

Como um diabinho sentado no teu ombro esquerdo, esta insegurança diz-te coisas, sob a forma de pensamentos, como “se tiveres um corpo mais magro, com um rabiosque e coxas mais pequenas, vais sentir-te tão melhor e mais poderosa e sensual”. E tu aqui tens duas opções: ou alimentas estes pensamentos, acreditando neles e deixando que sejam eles a comandar as tuas escolhas; ou então ignora-los, encarando-os como sendo meros pensamentos que carecem de qualquer poder sobre ti, sobre a tua vida e, principalmente, sobre o amor e respeito que sentes por ti mesma e pelo teu corpo.

O problema não está no teu corpo e a solução não está numa dieta.

Sem te dares conta, o teu corpo pode acabar por se tornar num objeto que a tua mente usa numa tentativa de conseguir o que deseja – neste caso, aprovação, amor, aceitação, segurança, autoestima.

Inocentemente, a tua mente pode encarar o teu corpo como sendo a origem da tua insatisfação e dizer-te coisas como “tu não te sentes bem contigo mesma e a razão encontra-se no teu corpo, que não é tão elegante ou atraente como eu acho que deveria ser, logo, deves fazer uma dieta, pois essa é a solução”. E então tu fazes.

Só que muito provavelmente não irá resultar porque, neste caso, a verdadeira origem do “problema” não é o teu corpo e a solução não está numa dieta. O teu corpo até pode vir a emagrecer, mas a sensação de insatisfação permanecerá, mesmo que agora seja projetada para um outro lugar, como para a relação que tens com o teu namorado, por exemplo.

Uma outra solução.

Antes de iniciares uma dieta, sugiro que pares para refletir honestamente sobre as razões que te motivam a fazê-lo. Podes fazer o seguinte exercício:

  1. Escreve num papel (é mesmo para escrever!) todos os motivos que te fazem querer fazer uma dieta.
  2. Para cada uma das razões, questiona-te “porquê”. Por exemplo, “Eu quero fazer uma dieta porque preciso perder peso”, e agora, “porque queres perder peso? Como é que tu achas que te vais sentir depois de perder peso?”
  3. Agora questiona-te “Tens 100% certeza?”. Imagina que na pergunta anterior respondeste “eu quero perder peso porque me quero sentir melhor comigo mesma e com o meu corpo, e acho que depois de consegui-lo vou-me sentir mais feliz”. E agora pergunta “tens 100% certeza que o resultado que esperas dessa dieta te irá fazer sentir melhor em relação a ti mesma e ao teu corpo e, também, mais feliz?”

A tua resposta até poderá ser “sim”, e tudo bem. Segue então em frente, mas pelo menos irás com uma maior consciência sobre os motivos que te levam a fazer uma dieta e, também, sobre os seus potenciais resultados – que podem ou não ser os que tu desejas.

O corpo é teu e, logo, tens toda a liberdade para fazeres com ele o que bem entenderes. Contudo, é essencial que tenhas bem presente que todos os teus atos, independentemente dos motivos que os impulsionam, terão consequências sobre ele, quer “positivas” quer “negativas”.

É também fundamental que, no momento em que tomares uma decisão, saibas qual a origem das razões subjacentes a ela: se o amor, se o medo. O amor poderá dizer algo como “eu desejo mudar a minha alimentação porque sinto apreço pelo meu corpo e desejo cuidá-lo da melhor maneira”; o medo poderá dizer qualquer coisa como “eu desejo perder peso porque não me sinto bonita, não me sinto bem comigo mesma ou com o meu corpo”. E, acredita, uma decisão baseada no medo nunca irá trazer a solução que tu realmente procuras: paz interior.

Francisca Guimarães - Homeopatia

Francisca Guimarães

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