Porque será que a tua “barriguinha” não desaparece
A gordura localizada, mais concretamente a famosa “barriguinha”, é uma das maiores preocupações para quem a tem.
Se tens ou já tiveste “barriguinha”, provavelmente tentaste de tudo – dietas, exercício físico intenso, chás, suplementos, massagens e, até quem sabe, intervenções cirúrgicas como lipoaspirações. Contudo, e por mais que te esforces, parece não haver maneira de a fazer desaparecer.
Certamente já culpaste as bolachas e batatas fritas que comeste, as cervejas e refrigerantes que bebeste e tudo aquilo que possa ter levado ao aparecimento da maldita “barriguinha”.
O mais habitual é achar-se que os motivos que causaram a “barriguinha” encontram-se unicamente relacionados com a alimentação e falta de exercício físico. No entanto, existe um outro fator que tem uma forte influência sobre este tipo de gordura localizada: o stress.
COMO O STRESS PODE LEVAR AO APARECIMENTO DA “BARRIGUINHA”
Quando o teu cérebro interpreta uma dada situação como sendo uma ameaça à tua sobrevivência, este desencadeia uma resposta de stress.
Para teres uma ideia, este estímulo que desencadeou a resposta de stress, pode basear-se tanto num mero atraso para o trabalho como estares na selva a fugir de um tigre – uma vez que o teu cérebro não consegue distinguir um stress rotineiro vulgar, como estares atrasada, de uma situação em que a tua vida se encontra realmente em perigo, como teres um tigre esfomeado a correr atrás de ti.
Tomemos o exemplo de estares atrasada para o trabalho, presumindo que o exemplo do tigre seja improvável de ocorrer. Perante esta situação de stress, o teu organismo, que naquele momento acha que corres risco de vida, segrega uma série de hormonas que irão ajudar-te a estares apta para lutar pela tua sobrevivência. Uma dessas hormonas, o cortisol, rapidamente mobiliza glucose (açúcar) para o sangue de modo a dar-te o máximo de energia possível para poderes fugir, lutar, esconder-te ou passares uma temporada sem comida.
Uma vez que provavelmente não irás utilizar todo o açúcar mobilizado, já que estarás sentada no carro ou já no escritório e não a fugir de um tigre ou a lutar com ele, este irá acumular-se e ser armazenado sob a forma de gordura. Onde? No teu abdomén.
Este açúcar, que foi mobilizado durante a resposta de stress e acabou por não ser utilizado, irá ser armazenado sob a forma de gordura no teu abdómen, mais concretamente à volta dos teus órgãos vitais, dado que aí existe um elevado número de receptores de cortisol – a “hormona do stress” – e um grande aporte sanguíneo.
Quando episódios de stress acontecem ocasionalmente e por curtos períodos de tempo, o teu organismo tem a oportunidade de recuperar e reestabelecer o equilíbrio. No entanto, o problema surge quando estas respostas de stress se encontram acionadas constantemente, dia após dia.
Repetidamente, o teu organismo continua a receber sinal para mobilizar açúcar para o sangue e, não sendo este utilizado, acaba por se transformar em gordura, levando, com o passar do tempo, ao aparecimento da “barriguinha”.
SOLUÇÃO
Se o stress for o fator causal da tua “barriguinha”, dificilmente um regime alimentar e de exercício físico conseguirão solucionar esta questão. Bem que podes continuar a correr horas na passadeira e a comer apenas folhas de alface com rodelas de tomate, que essa “barriguinha” não há de desaparecer.
Aliás, quer a privação alimentar quer o exercício físico intenso podem até agravar a situação, uma vez que podem aumentar os níveis de stress, levando a um ciclo vicioso – mais stress, mais “barriguinha”; mais “barriguinha”, mais stress.
Deste modo, a solução passa não só por fazeres ajustes na tua alimentação e treino físico, como também por reconheceres potenciais fontes de stress presentes no teu dia-dia.
Vou então ajudar-te a identificar esses fatores de stress e que poderão estar na origem da tua “barriguinha”.
Responde a estas questões:
1.Em geral, qual o nível de stress que sentes num dia normal de semana (0-10) ?
Esta resposta irá ajudar-te a teres uma ideia acerca da intensidade de stress que experiencias no teu dia-a-dia.
Acima de 5 – cuidado; acima de 8 – ai, ai, ai, que algo precisas mesmo mudar!
2.Qual a altura do dia em que sentes mais stress?
– Manhã?
Qual a Razão?
– Tarde?
Qual a razão?
– Noite?
Qual a razão?
O que podes fazer em relação a cada uma dessas razões/fontes de stress?
Por exemplo: a altura do dia em que sinto mais stress é de manhã, pois acordo sempre mais tarde do que o deveria, o que me leva ter que começar o dia logo “stressada”. Solução: despertar mais cedo!
3. Qual área da tua vida que gera mais stress?
– Pessoal?
Qual a razão?
– Profissional?
Qual a razão?
– Social?
Qual a razão?
– Familiar?
Qual a razão?
O que podes fazer em relação a cada uma dessas razões/fontes de stress?
Por exemplo: a área da minha vida em que sinto mais stress é a familiar, porque não me sinto aceite ou compreendida tal como sou. Solução: conversar com as pessoas em questão ou simplesmente aprender a não depender da aceitação e aprovação dos outros (esta útlima é a minha preferida!).
4. Dormes bem e suficientes horas?
O sono ajuda o teu organismo a recuperar do stress que foi gerado durante o dia. Se não dormes o suficiente (7-9 horas), dificilmente o teu corpo irá relaxar e diminuir os níveis de cortisol no sangue. Aliás, a falta de sono poderá ser, por si só, uma grande fonte de stress.
Como saber se estás a dormir horas suficientes e a ter um sono de qualidade?
Fácil. Despertas bem disposta e cheia de energia ou ainda cansada e com vontade de atirar o despertador pela janela, virar para o lado e voltar a adormecer? Aí tens a resposta. 😉
O sistema hormonal, que sofre influência do stress, tem um peso crucial sob o teu peso corporal e gordura localizada. Não é só o que comes ou o exercício físico que fazes que podem levar ao aparecimento da “barriguinha”, mas também os níveis de stress que poderão estar constantemente presentes na tua vida.