O que fazer quando as coisas que mais temes acontecem

Beleza Interior

arco-íris

Todos temos os nossos medos. Aquelas historiazinhas medonhas que sorrateiramente passeiam pela nossa cabeça, aparecendo de vez em quando de surpresa só mesmo para nos assombrar e fazer-nos querer esconder debaixo dos cobertores, como certamente já fizeste em criança.

Estes medos, que podem ser mais ou menos fantasiosos, estão presentes em todos, em ti também, algures nos recantos da nossa misteriosa mente. Contudo, no dia-a-dia, nós escolhemos espantá-los e dizer-lhes, mesmo que de modo desconfiado, “ó, que estupidez, é claro que isto não vai acontecer!”, numa tentativa de nos convencermos que não passam, lá está, de meras histórias criadas pela nossa imaginação.

A ideia dessas tais histórias que tanto receamos virem a realizar-se, é demasiado assustadora e, nem que por defesa, achamos que nunca irão tornar-se realidade. No entanto, a vida prega-nos partidas e, quando menos esperamos, aquilo que mais temíamos acontece de verdade.

Mas…isto não era suposto acontecer! Pois, mas aconteceu. O “monstrinho-papão” saiu do armário e está mesmo ali à tua frente. E agora, o que vais fazer?

Recentemente, não um, nem dois, mas três “monstrinhos-papões” decidiram fazer uma entrada triunfal na minha vida, até lá tranquila, deixando-me completamente aterrorizada e encurralada num canto, sem nenhuma porta de saída à vista. Era apenas eu e eles, o David e os três Golias, num quarto escuro. Lembro-me que perante aquele cenário, tão assustador e inesperado, a minha primeira reação, ainda em estado de choque, foi a de negação total. “Não, isto não está a acontecer. Isto não pode ser real. Eu devo estar a sonhar e dentro de pouco irei despertar deste pesadelo”. No entanto, o despertar não chegava nunca e, lentamente, tive que começar a aceitar que algumas das coisas que eu mais temia, tinham acontecido de verdade, e todas ao mesmo tempo.

A vida é assim mesmo. Não nos dá grande margem de controle ou planeamento, embora o mais engraçado seja o facto de nós, meros humanos, acharmos que sim. Sonhamos, fazemos planos, esforçamo-nos para manter os nossos “monstrinhos-papões” bem fechados no armário, mas longe estamos de aceitar que tudo isso não passa de uma charada. Nós simplesmente não controlamos. Não é assim que a coisa funciona. E quanto mais tentamos controlar, mais a vida nos mostra que isso nunca foi nem há de ser possível. Não neste planeta, não na nossa condição de humano.

Quando as coisas que mais tememos acontecem, o desespero e a sensação de que o nosso mundo se encontra a ruir, naturalmente instala-se. Sentimo-nos perdidas, desamparadas, sozinhas e, acima de tudo, sem sabermos o que fazer.

As sugestões que partilharei agora contigo, sobre o que fazer quando as coisas que mais temes acontecem, são baseadas na minha própria experiência, na visão que tenho sobre a vida e no estudo que tenho feito dentro da área do desenvolvimento pessoal. São algumas das perspetivas que ajudam-me a focar no arco-íris que sempre surge no meio de uma tempestade.

 1) DEIXA-TE LEVAR PELA “ONDA”

Já alguma vez foste enrolada por uma onda? Pois, a sensação é a mesma. Estás muito tranquila a nadar no mar e, sem estares à espera, uma grande onda passa-te por cima, embrulhando-te toda. Tu dás voltas e voltas e mais voltas, como se estivesses dentro de uma máquina de lavar a roupa, sem sequer saberes em que direção fica a superfície. Quando isso acontece, o melhor que podes fazer é simplesmente deixares-te levar pela onda, esperando que ela passe e tu possas nadar até à superfície, voltando a encher os pulmões de ar. Na vida real, quando uma “onda” nos passa por cima, espernear e tentar sair dali à força, não vai ajudar. Mentaliza-te, naquele preciso momento, não há saída. Ou melhor, a única saída é a aceitação, de que algo assustador e inesperado aconteceu. No entanto, lembra-te de que este é apenas o susto inicial. Da mesma maneira que a onda passa, também o abanão mais forte irá acabar por passar.

2) CHORA, MUITO!

Passada a fase de choque, adrenalina e até mesmo raiva, vem a fase da tristeza. Tudo bem. Chegou a hora de sentires a profunda desilusão perante a vida. “Não era suposto acontecer”, “os meu planos e sonhos eram outros”, “que injustiça”, “eu não merecia isto”, “mas porque é que isto me foi acontecer”. Deita tudo cá para fora. E, acima de tudo, chora, muito! O choro é uma libertação emocional enorme e muito importante para evitares acumular densidade energética dentro de ti. Como uma professora minha uma vez disse, “chorar é uma desintoxicação emocional”. É preciso pegar nessa bola de emoções pesadas e densas e deitá-la cá para fora. Não te pertence e não te irá fazer bem.

3) “OWN YOUR STORY”

Uma das minhas citações preferidas, escrita pela fantástica Brené Brown, é “own your story”, que em português significa “reconhece, possui a tua história”. Todos temos uma história. Uma coleção de todos os instantes que, quer queiramos ou não, fazem parte de nós e dos nossos dias. Quando decidimos reconhecer a nossa história, nós estamos a escolher aceitá-la. E, a partir desse momento, dessa aceitação, a paz emerge. Desistimos de estar em guerra com a realidade, largamos a espada que até então segurávamos e simplesmente entregamo-nos. Esta é minha história e eu aceito-a tal como é.

4) ESCOLHE ACREDITAR QUE A VIDA NUNCA TE COLOCARIA NUMA SITUAÇÃO PARA A QUAL NÃO ESTÁS PREPARADA PARA ENFRENTAR

Quando acreditas que tudo, mas tudo mesmo acontece para o teu melhor, mesmo que na altura não tenhas a capacidade para o enxergar, tu vais ficar bem. Nada acontece por acaso, e acreditar no oposto é uma forma de menosprezo e descrença na inteligência que opera na Natureza – a mesma que transforma uma semente numa árvore e um embrião num ser humano. A vida sabe o que faz, nós não, embora achemos que sim. E, para o nosso próprio bem, ela irá sempre colocar à nossa frente situações e desafios que nos façam crescer e despertar o que de melhor há em nós. Se a vida achasse que não eras capaz de lidar com uma determinada situação, essa simplesmente não aconteceria. Se aconteceu, é porque tens a força e garra para a enfrentar.

5) PEDE AJUDA

Pedir ajuda é uma das atitudes mais bonitas que uma pessoa pode ter. Revela caráter, força, humildade, sensatez, amor-próprio. Nós não somos super-heróis e precisamos uns dos outros, mais do que o que possamos imaginar. Em momentos difíceis, pedir ajuda é imprescindível. Precisas de um porto seguro, alguém que goste de ti, te respeite, mas que ao mesmo tempo tenha um desapego emocional com o que se está a suceder. Logo, convém que o peças a alguém da tua inteira confiança e que saibas que irá ter uma atitude firme e neutra, criando o espaço necessário para que sejas tu mesma a decidir a maneira como pretendes lidar com a situação inesperada. Pode ser um familiar, uma amiga ou até mesmo um profissional, como é o caso de um psicólogo.

Lembra-te que todos nós passamos por situações complicadas e inesperadas ao longo da vida. E, são estas situações desafiantes que nos ajudam a transformar em pessoas mais fortes, resilientes, sensíveis e bonitas. Ah, e não te esqueças que existe sempre, mas sempre mesmo, um arco-íris, algures entre as nuvens negras que assombram os momentos mais difíceis.

 

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Francisca Guimarães - Homeopatia

Francisca Guimarães

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