A importância dos intervalos entre refeições para que te sintas leve e enérgica

Problemas de Pele, Saúde

Petiscar ao longo do dia é algo que já se tornou num hábito para muitas mulheres. Mas será que é ideal?

Existem teorias que defendem que comer cerca de 5-6 “mini-refeições” é a solução para a perda de peso. E como tudo o que mencione “perda de peso” (e ainda por cima, sem privação de comida!) desperta logo a atenção das meninas, esta teoria acaba por servir de desculpa para as pessoas petiscarem entre as refeições principais e, como consequência, comerem em excesso.

Regra geral: nós comemos mais quantidade de comida do que aquela que realmente necessitamos.

O número de refeições feitas pelas civilizações centenárias (podes ler mais sobre este tema em “Os 5 segredos da longevidade na Sardenha”), assim como pelos nossos antepassados, resume-se a duas ou três por dia. Só. Eles tomam o pequeno-almoço, almoçam, alguns deles comem algo muito ligeiro para o jantar e, para além de água, eles não consomem nada entre estas refeições.

A nossa civilização atual é muito caracterizada pelo “excesso”, inclusivamente na comida. Muitas vezes, comemos demasiado, várias vezes ao dia e, frequentemente, os alimentos errados. E, claro que estes fatores poderão contribuir para o aumento de peso, flutuações nos níveis de glicemia (açúcar no sangue), inchaço abdominal, gases, azia, indigestão, entre outros.

É necessário darmos tempo ao nosso organismo para terminar o processo digestivo da última refeição.

Existe um tempo para a digestão dos alimentos, um tempo para a assimilação dos nutrientes e um tempo para eliminação dos subprodutos deste processo. Se nos encontramos sempre a comer, estas fases acabam por ser comprometidas, pois não conseguem realizar-se devidamente.

O esvaziamento do estômago não acontece antes dos alimentos encontrarem-se bem digeridos e prontos para procederem à seguinte fase da digestão. Se continuamos a adicionar comida ao estômago, este esvaziamento gástrico atrasa de modo a conseguir digerir os alimentos que acabaram de entrar. Isto faz com que a refeição que se encontrava em primeiro lugar não seja bem digerida, podendo fermentar, criar gases, toxinas, inflamação no tubo digestivo, assim como contribuir para o aumento de peso e envelhecimento precoce.

Imagina que o teu tubo digestivo é uma rua estreita. Nessa rua, entra um camião grande (uma refeição principal) que se encontra com alguma dificuldade em sair. Entretanto, chega um carro (umas bolachinhas) e depois outro carro (uma maçãzinha) e por aí em diante. O que é que irá provocar? Para além de uma grande confusão, irá também provocar uma lentidão no tráfego da zona – uma lentidão no processo digestivo.

Diferentes alimentos requerem diferentes tempos de digestão.

Por exemplo, uma peça de fruta pode levar cerca de 15-20 minutos a digerir; um prato de vegetais cerca de uma hora, um prato de massa, de peixe ou galinha acompanhados de vegetais cerca de 3-4 horas; um bife acompanhado de batatas poderá levar entre 8-12 horas a digerir completamente!

Se as tuas refeições forem simples e constituídas por alimentos fáceis de digerir (como cereais integrais, vegetais, algumas leguminosas), em média, o tempo de digestão será de, aproximadamente, 3-4 horas. Logo, por exemplo, podes tomar o pequeno-almoço às 9 horas, almoçar às 13 horas e jantar às 19 horas (no caso de jantares mais tarde e sentires fome ao final da tarde, podes fazer um pequeno lanche por volta das 17 horas).

Se cumprindo estes horários ainda assim sentes fome:

1. poderás não estar a comer o suficiente em cada refeição;

2. os alimentos, ou combinação de alimentos, que estás a comer poderão não ser os mais adequados para ti;

3. a “fome” que sentes poderá ter origem emocional (podes ler mais em “Comida e emoções”);

4. poderás ter necessidades nutricionais específicas e, aí, sugiro que consultes o teu nutricionista ou naturopata.

Se fizeres três boas refeições principais, que contenham os nutrientes essenciais, e que sejam espaçadas entre si, não só não sentirás necessidade de petiscar como também te sentirás mais leve e enérgica.

Sugiro que nos próximos 5 dias experimentes duas coisas:

1. comer nos horários de maior “fogo digestivo” (termo utilizado pela medicina ayurvédica). Podes ler mais sobre este tema em “Qual a melhor hora para comer?”;

2. que deixes cerca de 3-4 horas entre as três refeições principais.

 

Francisca Guimarães - Homeopatia

Francisca Guimarães

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