3 mensagens que as tuas insónias te querem transmitir

Saúde

Com certeza já tiveste insónias. Chegares à cama, provavelmente cansada, apagares a luz, aconchegares-te no edredão e passarem uma, duas, três horas…e nada. Viras-te para um lado, viras-te para o outro, tapas-te, destapas-te, esticas as pernas, dobras as pernas, tentas pensar em nada, tentas pensar em tudo, mas apesar de todas as variadas tentativas, o facto é que continuas desperta e, seguramente, cada vez mais irritada e desesperada com a situação.

Pois, eu também conheço essa sensação.

Qual o tipo de insónias que costumas ter?

As insónias encontram-se relacionadas com uma dificuldade em adormecer ou em manter-se adormecido. E, independentemente de qual destas insónias te costuma visitar, a realidade é que são sempre episódios desconfortáveis e que geram ainda mais stress, nem que seja pelas consequências prejudiciais que a falta de sono aportam à tua saúde.

De acordo com a National Sleep Foundation, existem dois tipos de insónias:

  1. as agudas – caracterizadas como sendo pontuais e associadas a circunstâncias de vida mais desafiantes, como a véspera de um exame ou uma reunião importante, uma separação, a perda de alguém querido ou qualquer outro evento que esteja a criar um nível acrescido de preocupação e stress;
  2. as crónicas – acontecem cerca de 3x por semana e já duram há pelo menos 3 meses. As causas subjacentes a este tipo de insónias podem ser várias, tais como trabalhos que impliquem turnos noturnos, toma de certos fármacos, falta de rotina, entre outros.

Efeitos prejudiciais que a falta de sono poderá ter na tua saúde

Tu precisas tanto de dormir como de comer e respirar. É uma necessidade básica que deve ser sempre cuidada e respeitada. Da mesma maneira que a carência de nutrientes pode levar a um desequilíbrio no teu corpo, também a falta de sono poderá ter um impacto, a curto e longo prazo, nada benéfico para a tua saúde física e mental.

A falta de sono, que poderá derivar de insónias, pode apresentar variados efeitos prejudiciais, tais como:

  • enfraquecimento do sistema imunitário
  • aumento de peso
  • problemas cardíacos
  • diabetes
  • falta de desejo sexual
  • depressão
  • envelhecimento precoce
  • AVC’s
  • falta de memória
  • alterações do estado de humor
  • etc.

Para além destas consequências, que são apenas uns poucos exemplos, certamente concordas em que sempre que dormes pouco ou mal, a tua visão sobre a vida é sempre mais negativa. Facilmente acordas com mau humor e logo a rabujar. Tudo te aborrece, tudo é um drama, tudo é difícil e o prognóstico para o dia que se segue está longe de ser positivo e entusiasmante. E penso que nem tu nem os que te rodeiam desejam conviver com esta versão de ti, que repele tudo e todos!

O que as tuas insónias te poderão estar a querer dizer

O teu corpo comunica contigo através de sinais e sintomas. Estes são uma espécie de mensagens que ele manifesta com o objetivo de chamar a tua atenção e alertar-te para o facto de que algo poderá não estar bem. Do mesmo modo que um bebé comunica o seu desconforto, geralmente, através do choro, o teu corpo fá-lo através de sinais e sintomas.

As tuas insónias poderão ser uma maneira que o teu corpo ou mente tem de te transmitir que algo não está a fluir como deveria, pois a naturalidade com que o teu organismo está criado para adormecer não está acontecer.

Os distúrbios do sono podem dever-se a fatores bastante comuns nos dias de hoje como é o caso da ansiedade, do stress e do ritmo frenético em que frequentemente a rotina das pessoas assenta. Contudo, existem outros motivos, que talvez desconheças, que poderão estar a interferir com o teu ciclo de sono. Assim sendo, as tuas insónias poderão estar a querer comunicar-te que:

1. ESTÁS DEMASIADO EXPOSTA A LUZ ARTIFICIAL

Assim que começa a escurecer, a tua glândula pineal (uma pequena glândula que se encontra no centro do teu cérebro) segrega uma importantíssima hormona chamada “melatonina”. Esta hormona responsável pela indução do sono, e caracterizada também como sendo um potente antioxidante e anti-inflamatório, é lançada na tua corrente sanguínea assim que esta glândula deteta uma diminuição da luz, em geral, por volta das 21.00-21.30h. Como resultado, tu começas a ficar menos alerta, mais recolhida e o famoso “sono” começa a surgir.

Se após o anoitecer a tua glândula pineal continuar exposta a luz, mesmo que artificial, ela não irá segregar a quantidade de melatonina que deveria e dificilmente irás conseguir adormecer. Acontece que a maioria das pessoas, talvez tu também, encontra-se demasiado exposta a luz artificial, mesmo depois do anoitecer, o que acaba por interferir com o normal ritmo do sono.

Solução: assim que começar a anoitecer, diminui todas e quaisquer luzes artificiais. Dá preferência a candeeiros baixos e que tenham uma luz suave, evitando luzes demasiado fortes e brancas.

É importante referir que os famosos suplementos de melatonina podem, com a toma continuada, interferir com a sua natural secreção, ou seja, o ideal é que a circulação desta hormona no teu organismo aconteça de modo natural.

2. ESTÁS A CONSUMIR DEMASIADAS SUBSTÂNCIAS ESTIMULANTES

Todas as substâncias que consomes irão ter um determinado impacto no teu organismo. Por exemplo, no seguimento deste tema das insónias, a ingestão de sumo concentrado de cereja poderá ajudar na indução do sono, pois apresenta altas concentrações de melatonina; por outro lado, a ingestão de café poderá ter o efeito oposto, uma vez que possui propriedades estimulantes.

Intencionalmente ou não, poderás estar a consumir demasiadas substâncias que estão a estimular o teu organismo, impedindo assim o seu relaxamento. As substâncias que mais poderão interferir com o teu ciclo do sono, dificultando o adormecer, são:

  • café
  • chá
  • álcool
  • nicotina
  • chocolate
  • açúcar
  • refrigerantes e bebidas energéticas
  • alimentos picantes
  • determinados fármacos ou suplementos

Mesmo que consumas alguma destas substâncias apenas durante o dia, poderá ser o suficiente para dificultar o relaxamento e consequente indução do sono – por exemplo, a cafeína, presente no café, poderá permanecer no teu organismo até cerca de 8 horas, ou seja, se bebeste um café a meio da tarde, essa quantidade de cafeína poderá estar a impedir que adormeças com facilidade.

Solução: experimenta cortar com todo o tipo de substâncias estimulantes durante 1-2 semanas e nota se tem algum efeito no teu ciclo e qualidade de sono (certamente sim!).

3. PRECISAS DE IR PARA A CAMINHA MAIS CEDO

Se reparares, os seres humanos são os únicos animais que não se retiram para descansar na altura do dia em que deveriam. À exceção dos noturnos, a maioria dos animais recolhe-se assim que a luz natural começa a diminuir. Eles instintivamente respeitam essa necessidade natural de descanso e, como tal, os seus ciclos de sono funcionam eficazmente – assumo que não existam por aí muitos ursos, pássaros ou leões com problemas de insónias!

O biorritmo humano dita que por volta das 21.00-21-30h, altura em que já se encontra escuro lá fora e a melatonina começa a ser segregada, é o momento ideal para te retirares, ou seja, para ires para a cama e proporcionares o descanso que o teu corpo e mente tanto necessitam. Quando não respeitas este horário – e ainda por cima estimulas o teu organismo com demasiada luz artificial, atividade cerebral, exercício físico, substâncias estimulantes, etc. – a tua glândula pineal pode parar de segregar melatonina e tu voltas e ter uma espécie de onda de energia, dificultando mais tarde o adormecer.

Solução: tenta ir para a cama o mais tardar às 22.00h, mesmo que no início te custe adormecer em seguida. Com o tempo, o teu organismo voltará a regular-se e adaptar-se ao seu biorritmo original. Não só irás notar que adormeces mais facilmente como também que tens muitíssima mais energia no dia seguinte, principalmente se despertares o mais próximo possível do nascer do sol – isto porque estás a respeitar o teu biorritmo, que se encontra intimamente alinhado com os ciclos da Natureza.

 

O sono é uma necessidade básica de vida que deve ser respeitada, não de vez em quando, mas todos os dias. As consequências da sua privação são muitas e cada vez mais se estuda e comprova a relação entre a falta de sono e determinadas doenças, quer físicas quer mentais. Logo, se costumas sofrer de insónias, este poderá ser um bom momento para lhe prestares a devida atenção, tentando compreender porque elas existem e o que te estão a tentar transmitir.

Francisca Guimarães - Homeopatia

Francisca Guimarães

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